25.8.08

Pense em uma marca luxuosa. Agora pense em bolsas e malas. Certamente a marca que lhe veio à cabeça é a francesa LOUIS VUITTON. Assim, de maneira simples, apenas com duas palavras, pode ser resumido o conceito que envolve duas das letras mais famosas do alfabeto conhecido por viajantes há mais de um século: L e V. Duas letras poderosas capazes de levar mulheres do mundo todo a ficar em uma fila de espera para comprar uma bolsa em valor que passam facilmente dos três dígitos. Ou ainda fazer duas mil japonesas passarem a noite em claro, na calçada, aguardando a inauguração de uma loja. O segredo de seu sucesso é aliar qualidade e exclusividade, criar objetos de desejo em número limitado, que muitas sonham ter, mas nem todas conseguem. Muito mais do que uma grife: uma lenda.
Designer Karl Lagerfeld & Bernard Arnault - President da LV
MARC JACOBS - DESIGNER LV
A história
Tudo começou em 1851, quando para cada viagem do imperador francês Napoleão III, era trazido ao Palais des Tuilleries um jovem aprendiz de cofreiro para embalar a bagagem da imperatriz Eugénie. O rapaz chamava-se Louis Vuitton, um suíço criado em Paris e filho de um marceneiro, que em 1854 fundou a MAISON LOUIS VUITTON no centro da capital francesa. Quase ao mesmo tempo, lançou as primeiras malles plates - um novo formato de baús, que facilitava a arrumação nos porões dos navios e o empilhamento nos trens - e o revestiu com sua assinatura em cinza. Tudo para atender às madames da época que viajavam de navio e precisavam de uma mala que pudesse ao mesmo tempo transportar de tudo e com muita classe. O material utilizado era sempre o mesmo: madeira, zinco, cobre e lonas impermeáveis. A ferramenta: seu apuro artesanal que conquistou ricos e nobres. As famosas caixas de chapéus eram feitas especialmente para estas viagens. Seus produtos despertavam inveja e inspiravam imitadores. Para boicotar as cópias, os baús se tornaram o primeiro produto manufaturado a levar uma assinatura do lado de fora: “marque L.Vuitton”. Foi em vão. A primeira utilização dos anagramas das letras LV com flores estilizadas, que hoje é a marca registrada da LOUIS VUITTON, foi em 1896, quando George Vuitton, filho de Louis que morreu alguns anos antes, tentava diferenciar seus produtos das inúmeras imitações que eram produzidas.


The Louis Vuitton Building foi inaugurado em 1914 na cidade de Paris, no luxuoso endereço da Champs-Elysees, como a maior loja de produtos para viagem do mundo. Até meados dos anos 80, a LOUIS VUITTON parecia fadada a vender bolsas clássicas para um público pequeno, porém muito fiel. Em 1987, o magnata francês Bernard Arnault comprou a grife da família Vuitton e, com ela, ergueu os pilares do LVMH (Louis Vuitton Moët Henessy), maior conglomerado de marcas de luxo do planeta. Em um mundo globalizado, enxergou o potencial que um nome com a tradição da LOUIS VUITTON teria entre um público ansioso por consumir luxo de qualidade. Cultuada por esta qualidade, a marca começou a se preocupar em lançar tendências em 1996, quando convocou sete estilistas renomados - Helmut Lang, Azzedine Alaïa, Vivienne Westwood, Isaac Mizrahi, Romeo Gigli, Manolo Blahnik e Sybilla - para reinventar seus acessórios, em uma homenagem aos 100 anos do famosos anagrama. Mas a injeção de dinheiro não foi suficiente. Em 1997, Arnault contratou o estilista americano Marc Jacobs para renovar a LV e criar sua primeira coleção de roupas. Reconhecido nos Estados Unidos por sua modernidade, ele desembarcou em Paris como um quase desconhecido, mas mostrou a que veio logo na primeira temporada. Transformou as bolsas LV em coqueluche.

Disposto a inovar, a célebre combinação do logotipo marrom e amarelo sobre o fundo de couro marrom, dando um ar contemporâneo com símbolos da cultura pop e cores novas, o americano vem convidando artistas para experiências mais ousadas. Em 2001, Stephen Sprouse emplacou as bolsas grafitadas. Depois vieram o trabalho em patchwork da artista inglesa Julie Verhoeven, as cores fluorescentes do diretor teatral Bob Wilson e os mangás do desenhista Takashi Murakami. Em outra prova de ousadia, convidou a atriz Jennifer Lopez para ser garota-propaganda da grife, logo ela, que, com seus decotes exagerados e combinações esdrúxulas, já foi eleita uma das mais mal-vestidas mulheres de Hollywood. Para o estilista, ela representa uma mulher influente, poderosa e glamurosa, do jeito que a cliente LOUIS VUITTON se sente com as criações da marca. Os méritos de Marc Jacobs são reconhecidos por todos. Sob seu comando, a marca cresceu 80%. Há mais de 150 anos que a LOUIS VUITTON conserva intacto o seu poder de atração, quer sobre as cabeças coroadas quer sobre as estrelas de Hollywood, de Cary Grant a Marlene Dietrich, de Sharon Stone a Jennifer Lopez.

A linha do tempo
1872● Estampas com listras verticais nas cores marrom e vermelho foram introduzidas.
1888● As tradicionais estampas quadriculadas em marrom e bege são introduzidas.
1924● Keepall Bag, a tradicional mala de mão, o item mais vendido da marca, e a primeira com tecido impermeável flexível.
1932● Bolsa NOÉ (estilo saco), um dos maiores sucessos da marca, que foi desenvolvida com a finalidade de carregar garrafas de champanhe.
1993● Taïga, uma linha masculina de malas e pastas em couro para homens de negócios e executivos.
1997● Linha de canetas, desenvolvida por Anouska Hempel.
1998● Coleção de roupas, assinada pelo estilista Marc Jacobs, ingressando de vez no mundo fashion.
● Também lançou sua linha de sapatos e a linha de bolsas e carteiras envernizadas.
2001● Linha de jóias. Além da introdução da linha de estampas Graffiti.
2002● Linha de relógios.

Os dados

● Origem: França
● Fundação: 1854
● Fundador: Louis Vuitton
● Sede mundial: Paris
● Proprietário da marca: LVHM Group
● Chairman & CEO: Bernard Arnault (LVHM)
● Presidente: Yves Carcelle
● Estilista: Marc Jacobs
● Faturamento: US$ 9 bilhões (estimado)
● Valor da marca: US$ 20.32 bilhões (2007)
● Lojas: 340
● Fábricas: 17
● Presença global: + 60 países
● Maiores mercados: Estados Unidos, Japão, China e França
● Funcionários: 7.000
● Segmento: Roupas e acessórios
● Principais produtos: Bolsas, sapatos, canetas, jóias, relógios, roupas e acessórios
● Ícones: Os monogramas e a tradicional bolsa Keepall Bag
● Website: www.loiusvuitton.com
A marca no mundo
A marca tem atualmente 340 lojas exclusivas e 14 oficinas de produção, empregando cerca de 7 mil pessoas e estando presente em 59 países ao redor do mundo. Para se ter idéia do poder da marca, cerca de 70% do faturamento de US$ 16.47 bilhões em 2005 do Grupo LVMH (que possui marcas como Fendi, Moët et Chandon, e Christian Dior, entre outras) provém dos produtos da LOUIS VUITTON.-O valorSegundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca LOUIS VUITTON está avaliada em US$ 20.32 bilhões, ocupando a posição de número 17 no ranking das marcas mais valiosas do mundo.
-Você sabia?
Existe uma lenda acerca dos baús de viagem da LOUIS VUITTON: muitos que estavam a bordo do Titanic foram encontrados intactos, preservando inclusive seu conteúdo.--As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).

A qualidadeO processo de produção é de primeira. Os testes para avaliar a resistência dos produtos, por exemplo, são feitos em máquinas de raio ultravioleta a equipamentos que abrem e fecham o zíper das bolsas 5.000 vezes. A marca LOUIS VUITTON ostenta o título de campeã de falsificações no mundo. Duas batidas policiais são feitas a cada semana no mundo, a pedido da empresa para tentar conter a falsificação de seus produtos.
As lojas
Visite qualquer uma das mais de 340 lojas da LOUIS VUITTON espalhadas pelo mundo e encontrará exatamente a mesma disposição na vitrine principal. Cada mês, exatamente no mesmo dia, o visual é alterado conforme o manual global de montagem de vitrines da marca. O grupo LVHM coloca toda sua ênfase no aspecto visual da marca LOUIS VUITTON. Tudo é cuidadosamente controlado, da maçaneta das portas à textura das paredes, o impecável chão de mármore italiano e às embalagens. Os balcões são feitos em bronze, com tampos de cristal “clear” - usado nas maiores joalherias do mundo. E até o controle de iluminação é minuciosamente projetado. Uma equipe, com cerca de 30 arquitetos, é responsável por criar as novas lojas. De suas mais de 300 lojas no mundo, 40 são consideradas “global stores”, como são chamadas as lojas que oferecem a linha completa da marca (composta por mais de 1.200 produtos). A principal loja da marca é a Louis Vuitton Champs-Elysées, situada em uma das avenidas mais cobiçadas de Paris, e instalada em um prédio da década de 30 considerado patrimônio histórico da França. As outras lojas estão localizadas nas principais cidades cosmopolitas do mundo como Nova York, Milão, Londres, São Paulo, San Francisco, Los Angeles, Miami, Toronto, Vancouver, Praga, Madrid, Barcelona, Lisboa, Canes, Lyon, Marselha, Berlin, Munique, Hong Kong, Dublin, Roma, Tóquio, Kuala Lumpur, Amsterdã, Cingapura, Zurique, Genebra, Dubai e Abu Dhabi, entre outras.

Depois de Catherine Deneuve, Mikhail Gorbatchov e o casal de tenistas André Agassi e Steffi Graf, o novo garoto-propaganda da Louis Vuitton é um Rolling Stone. Não, não é o Mick Jagger e seu eterno sex-appeal e sim o mais feioso de todos, o guitarrista Keith Richards, ou o que sobrou dele.
O moribundo roqueiro é o rosto da campanha “core values”, clicada por Annie Leibovitz e que trabalha os clássicos da marca como a linha de bagagens marrom recoberta com o inconfundível monograma. Talvez a mensagem da campanha seja a de que para fazer parte do seleto grupo consumidor dos produtos LV, sua aparência não importa. Basta ter o bolso cheio.
Pra ilustrar o que sobrou da sanidade mental de Keith após tantos anos de abusos, sua observação ao analisar o resultado da foto: “Parece um Rembrandt!”. Ah tá

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